A TRILHA

Hoje foi o dia em que me perdi. Os primeiros raios de sol tocavam meu rosto e revelavam os primeiros passos da trilha. A subida era íngreme, mas a leve brisa da manhã tocava meu rosto. Pensamentos passavam tão rapidamente pela minha cabeça, conforme a adrenalina da escalada aumentava, mas a concentração que a caminhada me exigia não permitia que prestasse atenção a suas nuances...

A ANÁTEMA SOB A VELHA FIGUEIRA (Parte 2)

Já havia passado algumas horas após o meio dia, mas o sol ainda estava alto no céu, lançando seus raios de calor escaldante de uma tarde de verão, de certa forma dificultando minha incumbência de caminhar até meu destino. Figueira Velha situava-se na região dos vales do rio Iguaçu, no sul do estado do Paraná, localidade famosa por ostentar um inverno demasiado rigoroso, apresentando inclusive temperaturas negativas, no entanto no verão, os raios solares e a baixa umidade, a despeito das matas que a envolvem, faziam com que o calor se tornasse deveras sufocante...

CARAVAGGIO

Era uma daquelas tardes de muito calor, onde você pode sentir o hálito quente de Curitiba em cada canto da cidade, famosa por seu clima frio europeu, mas que em poucos dias de verão cobra um preço muito caro de todos aqueles que reclamam do quão frio o inverno foi. Isso quando não nos acaricia com as mãos quentes de verão ao acordarmos, para logo após o almoço e algumas gotas de chuva, nos fuzilar com gélidos ventos de inverno. Isso tudo em um mesmo dia!

Bipolar Curitiba...

O VENTO MORNO DA TARDE

O vento morno da tarde tocou o seu rosto e trouxe a seu espírito uma paz que não sentia a tempos.

Estava cansada, muito cansada, de tudo e de todos. O mundo era grande demais para seus ombros. E era ainda maior, imenso, pois o egoísmo era como uma doença que ressecava o espírito e aumentava a distância entre as pessoas, fazendo com que um pedaço de terra de dez metros quadrados pareça conter milhares de anos-luz...

AUTO DE FÉ – SEGUNDA PARTE: O JULGAMENTO

O salão era amplo e luxuoso, como a sala do trono de um rei em um grande castelo. Tudo era muito limpo e brilhante, em completa oposição à imundície escura em que esteve alojado nos últimos dias de sua vida. As pessoas que se encontravam no salão trajavam vestes limpas de altíssimo corte, roupas de pessoas importantes e poderosas...

AUTO DE FÉ – PRIMEIRA PARTE: A CELA

Havia cheiro de morte.

A cela em que se encontrava tinha um forte odor de morte. Estava muito escuro, uma vez que a cela não tinha qualquer contato com o mundo exterior, mas estava ali há tanto tempo que seus olhos já estavam acostumados com a ausência de luz. A cela não era muito grande, tinha o teto abaulado e paredes maciças, tudo feito de pedra bruta. Não tinha piso nenhum, o chão era todo de terra, uma terra escura e estéril...